sexta-feira, 12 de setembro de 2008

para quem você daria um poema

para quem você daria um poema de amor
para quem você daria um poema de saudade
para quem você daria um poema escondido
pra que quando fosse achado se tornasse uma verdade
para quem você daria um poema sorrateiro
para quem você daria um poema com defeito
para quem você daria um poema reto e curto
pra curtir o feito quente da sua frase de efeito
para quem você daria um poema, eu daria
dois poemas separados
um soneto pra mostrar meu romantismo
e um haicai pra beijá-la bem mais rápido
para quem você daria um poema de entrega
igualzinho o que eu sonhei que ela me entregasse um dia
sob todas essas luas eu pergunto para ela
eu já fui vários poetas, para quem você daria?


(scapin)

domingo, 7 de setembro de 2008

fotossíntese

largue de mão a água e o regador
solte no chão os pés e os cabelos
a natureza decretou você em mim
é o nosso beijo que trará
a chuva pro jardim.


(scapin)

contratempo

você sempre fora a música
dos meus ouvidos
até nunca mais te achar
entre as três mil do meu ipod.


(scapin)

sobre anas

foi uma ana que inventou
a onipotência do amor
porque se você é ana
você de cara ama
com um ponto de apoio a menos.

(scapin)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

sobre marinas

eu fui ao encontro que tínhamos marcado para o futuro.
ela estava lá não menos morena que as imagens que saciavam o desejo da visão.
ela estava lá. em todos os lugares.
as marinas são cosmopolitas.
aportam e despedem-se de seus barcos de infinitos propósitos.
as marinas sempre serão morenas e sempre vão se pintar.
seja da maquiagem clara que o sol traz para suas velas.
seja da penumbra sedutora que a lua traz para suas águas.
eu fui ao encontro que tínhamos marcado para o futuro.
o futuro não chegou mas o café foi bebido.
o croissant foi comigo junto com suas perplexidades.
eu fui ao encontro que tínhamos marcado para o futuro.
ela estava lá. assim como todos os barcos, que uma vez no tempo, acharam por lá
um lugar seguro.

(scapin)