e a moça na areia.
ela tinha a seus pés todos os grãos
que sonhavam ter a cor de sua pele.
o branco da areia.
apenas uma cópia barata de sua porcelana original.
o branco da areia.
de grande valia para acalmar o roxo da ausência.
gritava eu.
chamando a moça para entrar no mar.
e com passos lentos,
bem lentos,
a moça se permitiu.
se permitiu mas com um cuidado sincero.
recomenda-se entrar devagar no mar.
como pregam as avós.
os choques térmicos também possuem voltagem.
seu pai
quando a moça era menor do que já é,
desenhava com caneta bic
uma linha em sua perna.
aviso para que ela não se esquecesse que o mar
tem limite.
eu, menino esperto,
espero que o mar e o sal,
vençam o risco azul
na pele da moça.
aí sim.
pegá-la pela mão,
e por um capricho,
nos afogarmos,
no infinito de nossas peles.
(scapin)
2 comentários:
Muito bom!
Para quem ama o mar como eu, sei bem deses conselhos: choques térmicos, valas, mas sempre enfrentei!
Adorei o poema!
Abração
Mirse
O mar... Sempre trazendo profundos motivos p/virar poesia.
O som... a cor...o sal...
Simplesmente caio por terra.
=)
abço
Postar um comentário