queria morrer no mesmo dia
em que nasci
anos completos
amores aceitos
cada poema lido em sequência
verso por verso
sem desvio
lençóis quando sol
edredons para o frio
mas o que fazer do último pedaço do bolo
o que fazer da última noz
sobre o último pedaço de bolo
o que fazer do refrão
que não encantará
o que fazer da carta de amor
que virá depois do amor
o que fazer do álcool
que insistirá no copo
o que fazer do livro
que perpetuará o marca-página
o que fazer do beijo
que não desaguará em transa
o que fazer da transa
que não desaguará
queria morrer
no mesmo dia em que nasci
mas sou de restos
sou de migalhas
sou de retalhos
sou de farelos
ser
é o que me sobra.
(OS)
Um comentário:
Olá!
Gostei do poema.
Meu saudoso pai, por incrível q pareça, nasceu e se foi, na msma data.
abç
.
LiZa
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